É difícil lecionar hoje?
Os alunos de hoje não são alunos que passam a aula em silêncio,
tem mais dificuldade de concentração com tantas coisas acontecendo o tempo todo.
Hoje as informações nos enlouquecem, ficamos ansiosos para saber o que está
acontecendo o tempo todo e com os alunos não é diferente, pior que isso se para
nós adultos com a mente já formada é difícil controlar essa ansiedade, imagina
pra eles que são jovens e que vivem na fase das expectativas? É claro que não
devemos se conformar com isso e cruzar os braços, mas acho que ao invés de
lamentar isso o tempo todo e esperar que eles percebam isso e mudem por si só,
nós como os adultos da história devemos pensar em formas de estimular essa
concentração e controlar pelo menos durante as aulas essa ansiedade, até que
naturalmente eles comecem a fazer isso sozinhos.
Com os 6º anos algo que tenho feito e funciona é colocar a sala em
"U”, para que eu possa visualizar melhor a sala toda e o que cada um está fazendo.
Outra estratégia que tem dado certo é direcionar aos poucos as atividades e não
passar tudo de uma vez.
Em alguns momentos é necessário chamar o aluno que se distrai e
fazer uma pergunta. Passar olhando aquele que demora para copiar ou resolver e
incentivá-lo a fazer tudo sem parar, sem se distrair.
Nós como educadores falamos muito dos problemas, daqueles que não
se "interessam”, que fazem de qualquer jeito e esquecemos de ficar felizes
com aquele que tem o brilho no olhar ao compreender algo, ou ao descobrir algo
novo sozinho, ou ainda aquele que faz uma pergunta inesperada e interessante.
Isso acontece muito em sala, mas só percebemos os fatos negativos!
Nestes últimos dias pude presenciar histórias interessantes, como
de duas alunas que estão estudando comigo há três anos (desde o 6º ano) e que
tinham uma dificuldade imensa em matemática e que na semana passada uma delas conseguiu
resolver sozinha um sistema de inequação e ficou imensamente feliz e ainda me
escreveu uma linda carta de agradecimento, e a outra passou na 1ªfase da OBMEP
e agora está muito empolgada pra estudar pra 2ª fase.
Também tem a história do Pedro que tinha consulta médica no dia da
prova da OBMEP, conseguiu ir na consulta e chegar na escola as 7:30, hora que
estava começando a entregar as provas. Veio correndo!
E a história de uma aluna, que hoje tem 20 anos e está cursando
Educação Física, que se lembrou que eu lia pra eles na 4ª série o livro "O
pequeno Príncipe". Ela comprou o livro e trouxe pra eu ver, ainda escreveu
na capa que foi dica minha, também disse que vai se tornar professora porque eu
fui sua inspiração.
Tenho certeza que todos os meus colegas têm milhares de histórias
como estas! Então vamos olhar mais para o que dá certo! Vamos comemorar e
valorizar o que dá certo!
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